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Pronunciamento de

Margarida Bulhes Pedreira Genevois


durante o Seminrio sobre Idosos


no Ministrio da Justia - Braslia 16/03/99

At muito pouco tempo, o Brasil era considerado um pas de jovens, e o crescimento da populao at a dcada de 70, em nosso pas, era proporcional em todas as faixas etrias.

A partir dos anos 70 verifica-se uma brusca e acentuada queda da natalidade.

O 3 Mundo antes desta dcada, concentrava mais da metade das pessoas idosas do globo e essa proporo aumentava rapidamente enquanto que a taxa de crescimento da populao com 65 anos ou mais era de 1,0% na Europa, 2,1% nos EUA e o triplo na Amrica Latina (3,3%) e na frica (3,5%).

Os dados referentes ao envelhecimento da populao brasileira (crescimento do nmero de idosos em relao ao mais jovens) evidenciam que at o ano 2025 o contingente de idosos no Brasil ser 10 vezes maior daquele que se verificava em 1981, enquanto que a populao total ter aumentado apenas 5 vezes.

A reduo da taxa de mortalidade j era esperada, porm, o que surpreendeu foi o comportamento da taxa de natalidade. Hoje, contrariamente ao que se verificava at poucos anos, os casais no desejam famlias numerosas.

Este aumento do numero de velhos tem criado problemas novos em pases como o nosso que ainda no resolveram questes bsicas de educao, sade, moradia, etc.

A partir dos anos 80 aumentou significativamente o interesse pela chamada 3 idade.

Atualmente, o idoso tema de preocupaes das polticas pblicas, sobretudo em pocas eleitorais e interessa ao mercado pois representa divisas para o lazer e bens de consumo dirigidos.

Contudo, em nossa sociedade, agravam-se as desigualdades em relao populao idosa; a que a injustia torna-se mais evidente.

muito diferente ser velho rico ou ser velho pobre.

O trabalhador que percebeu baixos salrios e que desempenhou uma atividade profissional por um longo perodo, com a cessao do trabalho, na aposentadoria, sente-se perdido , e sem equilbrio.

Ele acredita que no sabe fazer outra coisa seno trabalhar; perdeu o convvio com os seus companheiros, sente-se marginal e sua aposentadoria insuficiente para viver. O cio sem recursos um tormento.

Quando o aposentado dispe de recursos ou pertence classe mdia, seus problemas so outros pois ele tem possibilidades concretas de lazer e cultura para ocupar seu tempo.

H uma indstria da juventude montada, diz Maria Lecticia Barreto, no seu livro irvel Mundo Velho: a prtica de ginstica e ioga, o uso de cremes, a hidromassagem e as operaes plsticas.

Os modelos valorizados pela mdia, forjam o corpo produzido, e aparncia fsica muito valorizada.

Mas a velhice, implacvel, transforma o fsico do idoso. Saber envelhecer difcil e deve ser ensinado desde a juventude.

Para o aposentado - pobre ou rico - a grande desgraa da aposentadoria o cio. Em vrios casos ele a morte social e cultural da pessoa.

Em geral, as mulheres vivem mais que os homens 7 ou 8 anos. O excedente de mulheres um quadro comum no Primeiro e no Terceiro Mundo. As mudanas dos valores fomenta as separaes, faz com que se desenvolva a famlia monoparental. As mulheres vivas so muito mais numerosas do que os vivos. Para elas, com os filhos criados e independentes, a solido a maldio da velhice.

Felizmente a idia do velho como encargo, dependncia e incapacidade est sendo vista de outra forma.

Os processos da Gerontologia e a medicina preventiva melhoraram a sade e a disposio dos velhos que j no se acanham em participar de esportes, de voltar aos estudos, frequentando universidades.

Envelhecer to natural quanto crescer, pois a pessoa dentro de si continua ela mesma em todas as idades.

Difcil sentir-se jovem demais para ser velho e velho demais para ser jovem.

O idoso representa um capital de conhecimentos, de experincias e de sabedoria. Ignorar e rechaar tal evidncia um desperdcio.

O idoso pode ser til sua comunidade em trabalhos voluntrios, nos setores social, cultural e mesmo poltico ou religioso.

A atividade, seja ela intelectual ou fsica essencial para a vida saudvel do idoso.

Associaes, clubes, servios sociais e cursos especializados para a 3 idade suscitam crescente interesse.

H idosos, atualmente, que conquistaram novos espaos, sentem-se menos marginais e mais participantes, atuantes nas reas sociais.

Infelizmente estes ainda so uma minoria que esto abrindo espaos para o imenso contigente de idosos esquecidos, abandonados e desprezados de nossa injusta sociedade.

No bastam leis, cdigos de proteo e apenas belos planos de ao pr idoso. preciso que o idoso seja considerado uma pessoa digna, que deve ser respeitada e sobretudo amada isto que os jovens, futuros velhos de amanh, precisam compreender.

Margarida Genevois

  • irvel Mundo Velho Maria Lectcia Barreto tica 1992

  • Tempo e Presena n. 264 Idosos Dignidade e Utopia

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