Insurreio
Comunista de 1935
em
Natal e Rio Grande do Norte d5153
Giocondo Dias,
a Vida de um Revolucionrio
Nosso
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de Produo
Giocondo
Dias,
a Vida de um Revolucionrio
Joo Falco, Agir
1993
Infncia
e Mocidade | Filiao
ANL e ao PCB | Vspera
da Revoluo | A
Rebelio de Natal | Junta
Governativa | Trs
dias de governo | Jornal
da Revoluo | A
Derrocada | A
Fuga | Refgio
de comunistas
Trs
dias de governo
Depois
de proclamado o Governo Popular Nacional Revolucionrio,
seus titulares dirigiram-se Villa Cincinato,
como era chamado o palcio residencial
do governador, na Praa Pedro Velho, j
ocupado pelos rebeldes desde a madrugada.
Na primeira reunio, a Junta Governativa
publicou um decreto destituindo o governador Rafael
Fernandes e dissolvendo a Assemblia Constituinte
do Rio Grande do Norte:
O Comit Revolucionrio, aclamado
democraticamente em praa pblica
pelo povo de Natal, capital do Rio Grande do
Norte, s 10 horas do dia 25 de novembro
e medindo a sua responsabilidade e a necessidade
de defender e salvaguardar os interesses do
povo e do Estado,
DECRETA
1 - Em virtude de no ser encontrado,
em parte alguma do Estado, o governador Sr.
Rafael Fernandes Gurjo, fica o mesmo
destitudo de seu cargo, que no
pode mais exercer.
2 - Por no consultar mais aos
interesses do povo do Estado, fica dissolvida
por este acto a Assemblia Constituinte
do Estado do Rio Grande do Norte, ficando assim
os Srs. deputados destitudos dos seus
mandatos, sem remunerao de espcie
alguma.
Natal, 25 de novembro de 1935
O Comit Revolucionrio1
Para atender s necessidades financeiras
do novo governo, o secretrio de Finanas,
Jos Macedo, procurou o gerente do Banco
do Brasil, pedindo-lhe as chaves do cofre. Diante
de sua recusa, Macedo, sem molest-Ia,
tomou as providncias necessrias
para que o cofre fosse arrombado. Ali se encontravam
cerca de trs mil contos de ris
(Rs 3.000:000$000,00). Jos Praxedes de
Andrade, secretrio de Abastecimento, comandou
o arrombamento do cofre da Recebedoria de Rendas
do Estado, onde foram encontrados cento e cinqenta
e quatro contos de ris e frao
(Rs 154:178$800,00). Jos Canela dirigiu
as diligncias para a abertura do cofre
do Banco do Rio Grande do Norte, tendo sido apurada
a importncia de noventa e trs contos
de ris e frao (Rs 93:873$800,00).
Alm desses valores, foram arrecadadas
outras quantias provenientes de impostos federais,
estaduais e municipais.
De posse desses recursos, a Junta pagou aos credores
e fornecedores do governo, honrando os compromissos
j existentes, desde que devidamente comprovados;
pagou ao funcionalismo pblico, aos assalariados
e o soldo dos militares. Tudo era pago
vista, e tudo aquilo que requisitou o governo
revolucionrio o fez oficialmente.
A Junta mandou desligar todos os faris:
o Batiprio, na fronteira com a Paraba;
o dos Trs Reis Magos, na entrada do porto
de Natal, e o cabo de So Roque, o Olhos
d'gua e o Touros. Com isso, evitava-se
a possibilidade de um ataque pelo mar. Com os
faris desligados, nenhum navio teria condies
de se aproximar de Natal. Ao mesmo tempo, a Junta
determinou que as duas corvetas mexicanas que
estavam ancoradas no porto no poderiam
sair e mandou uma tropa vigiar o cais. No
foi permitido que os navios mexicanos sassem
porque eles poderiam alertar as autoridades e
tambm porque poderiam ser usados em caso
de necessidade.2
Do mesmo modo foram suspensas as operaes
de carga no porto e embargada a sada dos
navios ingleses Historan e Aidan, pertencentes
respectivamente s companhias Harrison
Line e Booth 5.5. Co., bem como do paquete Santos,
da marinha mercante brasileira. Em todas as embarcaes
foi controlado o servio de radiotelegrafia
de bordo. A Unio dos Estivadores, com
cerca de 130 homens armados e municiados, ficou
incumbida de policiar as docas e os bairros circunvizinhos,
Ribeira e Roccas.
O aeroporto foi ocupado por uma patrulha de quatro
civis armados, sob o comando do soldado do 21
BC, Valdemar Ferreira Coelho. A, foram
encontrados dois hidroavies da companhia
alem Condor, os quais, confiscados, permaneceram
sob guarda.
A Junta requisitou automveis para a locomoo
de seus membros e para a movimentao
de tropas. Todos os carros particulares foram
requisitados. S no foi requisitado
o carro do bispo. Alm dos carros, o governo
revolucionrio tambm requisitou
combustvel. Os postos ficaram abertos
para o atendimento. No faltou gasolina
durante todo o movimento.3
Raiava o dia 24, a primeira aurora comunista em
Natal, quando Epiphnio Guilhermino, fazendo-se
acompanhar dos rebeldes Manoel Justino Filho,
motorista, Gaspar Martins Praa, Domcio
Fernandes de Lima, Jos Alpio de
Mello, Jos Bacora e de algumas praas,
saiu do quartel do 21 BC para fazer requisio
de automveis, comeando por apoderar-se
de uma barata na garagem do Sr. Billa, que partiu
guiada por Manoel Justino.4
A propsito, conta Giocondo que um dia
estava no batalho, quando apareceu um
cidado gr-finssimo, chamado
Visconde, que ele no conhecia: "Disps-se
a ajudar na manuteno dos carros
que havamos requisitado na cidade. Ele
disse que os veculos estavam mal cuidados,
sem lubrificao, que dentro em
pouco quebrariam. Logo descobri: os dois carros
dele estavam l... Ns aceitamos
a ajuda do sujeito."5
Ainda na tarde de 24, o novo governo receberia
uma manifestao pblica
de apoio de algumas lideranas polticas
da cidade. s duas horas da tarde, membros
da Assemblia Legislativa e da Cmara
Municipal foram, incorporados, at a Villa
Cincinato, sob o comando do deputado Pedra Matos,
que era simpatizante do Partido, levar a solidariedade
poltica ao movimento.6
Logo no primeiro dia, a Junta tomou algumas decises
importantes, de carter prtico
e popular, como a distribuio gratuita
de po; a venda, a preos baixos,
de gneros alimentcios, distribudos
gratuitamente no incio, alm das
tarifas mdicas estabelecidas para o transporte
nos bondes.
Joo Lopes, o Santa, testemunha e personagem
dos acontecimentos, conta que "o povo no
queria trabalhar, s queria cantar e gritar:
Viva Prestes, Viva Prestes! Luiz Carlos Prestes
era a menina dos olhos de l. O povo
queria armas. Gritavam: Mata! Fuzila! Queriam
ir buscar o pessoal do governo na embaixada para
acabar com a vida deles. Eu dizia: '- No!
No podemos entrar na embaixada! O Brasil
tem uma responsabilidade!'"7
A vida da cidade vinha sendo tumultuada por saques
e violncias. O governo revolucionrio
tomou conhecimento de atentados ao comrcio,
ordem pblica e a pessoas, praticados
por alguns elementos fardados. Epiphnio
Guilhermino Maia, membro do Partido, acompanhado
por alguns civis, tambm fardados, incendiou
o cartrio do tabelio Dias Guimares,
na manh de domingo. A sede do partido
integralista, na vizinhana do Caf
Grande Ponto, na Ribeira, foi depredada por estivadores.
No houve, porm, violao
de lares.
Diante dessas ocorrncias, o Comit
Revolucionrio emitiu o seguinte comunicado:
AOS REVOLUCIONRIOS EM AO
O COMITE POPULAR REVOLUCIONARIO faz um apello
a todos os camaradas em armas, e ao povo em
geral, para que respeitem os adversrios,
na sua pessoa e propriedade, no comettendo
excessos de qualquer natureza, guardando s
famlias o mximo respeito, procurando
garantir os comerciantes, em especial os pequenos.
Os responsveis por depredaes
ou agresses respondero por ellas,
perante o rgo competente do
Comit.
Qualquer facto que contrarie esta recomendao
ser interpretado como acto de rebeldia
e desacato ao prprio Comit, ao
qual devero ser trazidas quaesquer reclamaes
dos prejudicados, para as devidas providncias.
Nossa estrondosa victria no
justifica vinganas indignas da grandeza
do ideal que a inspirou.8
No obstante essa determinao,
houve trs mortes violentas. Uma delas,
a de Otaclio Werneck, gerente da Companhia
Nacional de Navegao Costeira.
De pijama, ele se encontrava na porta de sua casa,
s sete horas da manh de domingo,
quando ou um dos carros requisitados pelo
comando da revoluo. No veculo
encontrava-se, entre outros, o chofer e lder
comunista Epiphnio Guilhermino, fardado,
autor dos trs disparos que o atingiram
mortalmente. Em seguida, a morte do jovem Luiz
Gonzaga, vulgo Doidinho, que h pouco tempo
servia como recruta no quartel da Polcia
Militar e teve destacada atuao
na resistncia. Em companhia de outros soldados
e oficiais, ele tentava fugir pelos fundos do
quartel, quando foi observado pelo sargento Sizenando
Filgueiras e apontou-lhe um fuzil Incontinenti,
Sizenando fulminou-o com um tiro. E, por ltimo,
a do civil Arnaldo Lira, integralista, morto
ponta de sabre por um soldado, na Villa Cincinato,
em revide a uma provocao.9
As tarefas que se apresentavam eram extensas.
Alm da organizao da sociedade
civil, o governo defrontou-se com problemas de
abastecimento. O comrcio no abriu
suas portas na segunda-feira, temendo arrombamentos
e saques, como ocorrera no sbado e no
domingo. Esse fato no s dificultaria
o abastecimento, como poderia adquirir uma conotao
poltica de protesto e locaute. Diante
dessas contingncias, alguns comerciantes,
convocados e escoltados at o palcio,
foram a "recebidos por Horcio
Valladares que, de arma na cinta, declarou que
o comrcio deveria ser aberto, pois se
assim no o fizessem, no se responsabilizaria
pelas depredaes que naturalmente
deveriam acontecer; e durante o tempo em que o
ouviram, os comerciantes estiveram cercados por
uma escolta armada de fuzil e de baioneta calada,
guarnecendo-o e aos demais j referidos".10
Aps esse encontro, o secretrio
de Abastecimento redigiu uma nota:
Aos senhores comerciantes
Estando j constitudo o Comit
Revolucionrio, aclamado pelo povo reunido
em praa pblica, dirige-se aos
senhores comerciantes, no sentido de pedir-lhes
que normalizem a vida da cidade, abrindo as
suas casas comerciaes afim de que o povo no
sofra mais tempo a falta de gneros de
primeira necessidade.
Esperamos ser atendidos neste nosso apelo, mesmo
porque de outro modo ns nos sentiramos
impotentes para conter o povo nos assaltos que
por ventura tenha necessidade de fazer ao comrcio
para munir-se do necessrio a sua vida.
Atendidos, porm, garantiremos o livre
funcionamento de todo o comrcio ao qual
procuraremos beneficiar, diminuindo os impostos
de comum acordo com os senhores comerciantes
aos quaes oportunamente convidaremos para nos
dar sugestes sobre o assunto.11
Para definir o carter democrtico
do movimento, e assegurar ao povo a livre manifestao
de pensamento, o direito de reunir-se e associar-se
livremente, assim como a liberdade de culto, a
Junta divulgou um manifesto:
AO PROLETARIADO E AO POVO REVOLUCIONRIO
Nascidos da revoluo, apoiados
na massa trabalhadora e nos nossos irmos
fardados os soldados, fugiramos ao cumprimento
da nossa palavra empenhada nos comcios,
manifestaes e em todo o material
de propaganda de nossos ideaes, se no
concretisssemos na prtica aquilo
que teoricamente oferecamos.
Neste sentido, queremos dar ao proletariado
e ao povo revolucionrio, aquilo a que
ele tem direito, direito este conquistado
custa de ingentes sacrifcios, arriscando
a prpria vida, pela conquista da liberdade.
A liberdade a vida, sem aquella, esta
nada vale e por isso que ns
jogamos esta nas ruas para conquistar aquella...
ou a morte.
Pensando assim, resolvemos dar amplo direito
de reunio e manifestao
de pensamento falado ou escrito a todas as organizaes
estritamente trabalhistas e s organizaes
de massa verdadeira e reconhecidamente revolucionrias.
Assim, convidamos os trabalhadores em geral
para que se renam livremente nas suas
organizaes de classe ou nas
praas pblicas se mais lhes convier,
enviando a este comit todas as suas reclamaes
para que sejam atendidas, de conformidade com
os seus desejos e na medida que por eles forem
defendidas.
A todas as organizaes verdadeiramente
revolucionrias ser tambm
garantido o livre funcionamento e o inconteste
direito de sugerir medidas acauteladoras dos
interesses do povo e do Estado.
Esta liberdade se estende a todos os cultos
e religies que podem livremente funcionar
desde que os seus chefes ou representantes no
se sirvam delas para fazer campanha derrotista
contra esse movimento que do povo e
para o povo.
O COMIT REVOLUCIONRIO12
Do avio Caissara, pertencente
Companhia Area Condor e pilotado por Audrico
Silvrio dos Santos, esse boletim foi lanado
sobre a cidade na manh do dia 26.13
Numa cidade pequena como Natal, os boatos veicularam-se
com muita rapidez, sobretudo aqueles propagados
por adeptos do integralismo, partido anticomunista
e de contedo fascista. Variando desde
o fracasso iminente da revoluo,
pela aproximao de tropas federais
e provenientes dos estados vizinhos, at
os atentados ao pudor e honra, a onda
de boatos disseminou-se a tal ponto, que a Junta
resolveu divulgar uma nota em termos enrgicos:
COMUNICADO DO COMIT REVOLUCIONRIO
Tendo chegado ao nosso conhecimento que alguns
elementos terroristas, a servio dos
inimigos do povo andam espalhando pela cidade
boatos alarmantes no intento de atemorizar as
famlias, e nos incompatibilizar com
o povo, resolvemos tomar as seguintes medidas:
Sero punidos com o mximo rigor
todos os que forem pegados espalhando boatos
de qualquer natureza tendentes a implantar o
desnimo e o terror entre as famlias.
Sero presos e punidos com o mximo
rigor todos os que forem pegados na prtica
de actos atentatrios moral
e ao decoro pblico.
Ser preso todo e qualquer indivduo
que transite pelas ruas em visvel estado
de embriaguez.
Natal, 26 de novembro de 1935.14
Os prprios pais das alunas da Escola Domstica
apressaram-se em desmentir a falsa notcia
de que suas filhas teriam sido vtimas
de violncia sexual e estupro, o que significaria
uma indelvel mancha para elas e suas famlias.
Do mesmo modo, para responder aos inquietantes
boatos de que tropas inimigas marchavam em direo
a Natal, foi publicado o seguinte comunicado:
A MARCHA DA REVOLUO LIBERTADORA
Cumprimos o grato dever de, com alegria verdadeiramente
revolucionria, comunicar ao povo deste
Estado a marcha ascensiva da revoluo.
Isto podemos fazer porque estamos de posse do
telegrapho e das rdios, controlando
todas as notcias que por eles vm.
Ns sabamos que o Brasil era
um imenso "barril de plvora"
e que bastaria uma centelha para que elle explodisse.
Ns fomos essa centelha.
Sem vaidade, sem orgulho, que ns Riograndenses
do Norte no os temos, poderemos dizer
ao Brasil estasiado que fomos a primeira pedra
desse grandioso edifcio que vai ser
o Governo Popular.
Ao echo de nossa metralha j responderam
os companheiros da Parayba do Norte, Pernambuco,
Alagas, Esprito Santo, Rio de
Janeiro e Maranho, os quaes esto
nas mos dos Nacionaes Libertadores.
So Paulo est insurrecionado
com o povo em armas e o proletariado em greve
revolucionria, tudo indicando que o
governo no se sustentar por
muitas horas, e mais para o sul o proletariado
se atira a greves combativas acclamando o nome
de Luiz Carlos Prestes.
A gloriosa Marinha Brasileira tambm
j virou os seus canhes contra
a tirania, estando revoltada na Bahia de Guanabara
e bem assim no Par e Santa Catharina,
levantando-se ha poucos minutos sob o comando
do valente companheiros Hercolino Cascardo.
Viva a Alliana Nacional Libertadora!
Viva Luiz Carlos Prestes!
Viva o Governo N. Popular Revolucionrio!
Natal, 26/11/3515
Controlada a situao em Natal e
instalado o Governo Popular Nacional Revolucionrio,
foram organizados contingentes militares com o
objetivo de ocupar outros Estados, ampliando e
consolidando o movimento rebelde. Simultaneamente,
tropas deslocadas para o interior poderiam impedir
que Natal fosse atacada de imediato pelas foras
legalistas.
Foram enviadas trs colunas de tropas: uma
para o Sul, seguindo o leito da Estrada de Ferro
da Great Western, ando pelas cidades de So
Jos do Mipibu, Goianinha, Penha e Nova
Cruz, prximo da fronteira com a Paraba;
outra para o Norte, seguindo pelo litoral, ando
pelo cabo de So Roque e por Touros, Galinhos,
Macau, Areia Branca e Mossor, onde havia
uma certa fora do Partido organizada nos
carnaubais. A ltima coluna foi pelo centro
do Estado em direo a Macayba,
Cear-Mirim, as e So Gonalo,
Taipu, Santa Cruz, Baixa Verde e Pedro Velho.
A estratgia traada pelos rebeldes
previa a juno da coluna Norte
(a partir de Mossor) com a coluna Centro,
para dali subir em direo ao Cear.
A coluna Sul tinha por objetivo chegar a Recife.16
Dias explica: "Nossa preocupao
era avanar, pois sabamos que Natal,
sozinha, no resolveria o problema. Vejam
bem a situao: queramos
mandar tropas para Pernambuco e no pudemos,
pois o maquinista do trem sumira. Isto
exemplo da fraqueza de nossa organizao.
Ns assumimos o controle. A maioria do
batalho era de recrutas, e da pior espcie:
recrutas sorteados. O camarada vem do interior,
a contragosto. A preocupao central
dele voltar o mais cedo possvel.
s vezes no sabe distinguir o p
direito do p esquerdo. No momento em que
fui ferido e abriu-se uma brecha, desertaram oitenta,
logo na primeira noite.17
As colunas comearam a se movimentar sob
o comando do sargento Pedro, do jovem Benildes
Dantas e do tenente da PM, Oscar Rangel. Comandavam-nas
tambm o advogado provisionado Miguel Moreira,
de Lages, Manoel Torquato, presidente do Sindicato
dos Trabalhadores em Salinas, e o sargento Sebastio
dos Santos.
Segundo Praxedes, "a maior parte desse plano
deu certo. Nossos homens tomaram a maioria dessas
cidades, ocuparam as prefeituras, depam os
prefeitos e se apoderaram do dinheiro que havia.
Esse dinheiro era imediatamente remetido para
o Governo em Natal. Tudo isso foi feito sem nenhuma
resistncia. Todas essas cidades ficaram
nas nossas mos. O curioso que
nenhum dos grandes proprietrios, dos latifundirios,
se mexeu. O nico que resistiu foi o Dinarte
Mariz. Quando eles comearam a subir a
Serra do Doutor cruzaram com as foras
do Dinarte e travaram um pesado tiroteio. A luta
durou at o dia 27 e morreu gente dos dois
lados".18
Notas:
1
- O presente decreto foi lido em praa
pblica e transmitido pelo telegrapho
e rdio para todo o Brasil. (Publicado
em A Liberdade, 27/11/1935.)
2 - Moacyr de Oliveira Filho.
Ob. cit., p. 68.
3 - Moacyr de Oliveira Filho.
Ob. cit., p. 68.
4 - Joo Medeiros Filho.
Ob. cit., p. 122.
5 - Giocondo Dias. Ob. cit., p.
154.
6 - Moacyr de Oliveira Filho.
Ob. cit., p. 71.
7 - ngela de Castro Gomes
et alii. Velhos Militantes: Depoimentos, Rio de
Janeiro, Jorge Zahar, 1988, p. 109-10.
8 - Publicado no jornal A Liberdade,
de 25/11/35.
9 - Depoimento de Gaspar Martins
Praa, que testemunhou o crime. Processo
n 4 e apelao n 108,
do Rio Grande do Norte, no TSN, em 16/03/37, p.
309.
10 - Depoimento de Jos
Fernandes de Queiroz no processo n 76 e
apelao n 218, do TSN,
de 24/04/38.
11 - Publicado no jornal A Liberdade,
de 27/11/35.
12 - A Liberdade, de 27/11/35.
13 - Relatrio do Comandante
do 21 BC ao Comandante da VII Regio
Militar, em Recife. Processo n 76, apelao
n 218, do TSN. 1 volume, p.11
14 - A Liberdade, de 27/11/35.
15 - A Liberdade, de 27/11/35.
16 - Moacyr de Oliveira Filho.
Ob. cit., p. 73.
17 - Giocondo Dias. Ob. cit.,
p. 154.
18 - Moacyr de Oliveira Filho.
Ob. cit., p. 74.
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